A
tarefa da escola não é apenas corrigir qual o certo e qual o errado, mas tentar
estudar e explicar porque certas estruturas são consideradas erradas e porque
outras são consideradas certas.
Muitas
vezes os professores dão mais mérito aos alunos que aprendem mais fácil os conteúdos
aplicados, do que os alunos que tem uma escrita incorreta, o certo e o errado
dependem muito da região onde a língua é falada, o resto é a grafia incorreta.
Quando
a escola elege que “Nós vamos” é o correto, e o aluno usa “Nóis Vai” em uma
avaliação, por exemplo, ele será cobrado pelo padrão escolar. Mas ele estará
errado não é porque utilizou “Nois vai”, é porque ele não usou o padrão
escolar. É aí que reside a diferença entre o errado e o inadequado. O
inadequado é quando o aluno tem consciência que já aprendeu que, naquele
contexto, o uso é aquele e, no entanto, ele não usou o que foi ensinado para
ele. O que é diferente de quando você diz que não se pode falar “Nois vai”,
porque isso cria um silenciamento cultural e linguístico. É como se a escola
dissesse para o aluno: eu só vou lhe escutar quando você disser: “Nós vamos”,
porque “Nois vai” não é correto. Ideologicamente é um silenciamento: não me
conte a sua história, não me conte quem você é, o que você faz. Assim, a escola
apaga a oportunidade de conhecer o aluno e a sua história.
Segundo
CAGLIARI
“No processo de
alfabetização, a leitura precede a escrita. Na verdade, a escrita nem precisa
ser ensinada se a pessoa souber ler. Para escrever, uma pessoa precisa, apenas,
reproduzir graficamente o conhecimento que tem de leitura. Por outro lado, se
uma pessoa não souber ler, o ato de escrever será simples cópia, sem
significado.”
Vocês pontuaram muito bem a visão do autor, senti que faltou uma reflexão do grupo referente a essa visão.
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