Ao iniciar na escola,
a criança espera aprender uma nova concepção da língua: ler e escrever irão
juntar-se com todo o seu conhecimento prévio. Logo, ela percebe que a linguagem
utilizada na escola confronta-se com sua bagagem cultural.
Na escola, o aluno é impossibilitado
de agir e atuar do seu modo , sendo ele certo, errado, diferente, pois a mesma
tem tudo pronto: livros e exercícios, que são criados de forma igual para todos
os alunos, não levando em conta o nível de aprendizado de cada um.
O “certo” refere-se à
forma escrita ortográfica correta, que a escola tenta ensinar; o errado
difere-se do “certo”; e, o diferente, está ligado às variações linguísticas, ou
seja, aos dialetos.
Cagliari (1998)
ressalta que os alunos em fase de alfabetização deveriam utilizar o seu dialeto
na escrita, facilitando, assim, o ensino das diferenças entre fala e escrita, explicando
o porquê do uso da ortografia e, não perdendo sua identidade cultural.
O professor deve
informar-se sobre os conhecimentos e a série de saberes já tidos pelo aluno,
para que junto disso, aprenda novos conceitos, ampliando os mesmos e
desenvolvendo-se. E na hora de avaliar, considerar, principalmente, o contexto
social em que o aluno está inserido e, claro, todo o esforço e dedicação de
cada um.
“Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou sua
construção.” (FREIRE, 1996, p. 52).
CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização &
Linguística. 10.ed. São Paulo:Scipione,1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. 16. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.